Sempre me culpei por ser uma mulher que lida com as emoções chorando, como se chorar fosse errado ou significasse que sou uma pessoa fraca. Mas, é claro, fui condicionada a pensar assim.
A verdade é que chorar sempre me fez sentir muito bem, como se algo dentro do meu peito estivesse prestes a cicatrizar. Era como se eu pudesse enxergar tudo com mais clareza. Por isso, me incomodava escutar: “Mas você chora por tudo também.” Por que criticar a forma como o outro lida com as emoções? Há tantas evidências científicas que mostram que chorar faz bem para a saúde emocional. Uma delas é que, segundo um estudo publicado na Frontiers in Psychology (2014), o choro ativa o sistema parassimpático, promovendo relaxamento e uma sensação de calma após o episódio.
E, sinceramente, não choro apenas por tristeza. Choro quando assisto a um filme que aquece meu coração, quando vejo vídeos de resgates de animais e suas recuperações. Até com um comercial de amaciante já derramei muitas lágrimas (sim, parece exagero, mas era um comercial especial de Dia das Mães, no qual as crianças falavam sobre cheiros que as faziam lembrar de suas mães. Isso me marcou demais porque tenho uma memória olfativa muito forte).
Então, cheguei à conclusão de que tudo bem ser chorona. Isso faz parte de mim. Deixei de me importar se vão me criticar porque andei chorando.
Às vezes, tudo o que precisamos para continuar é uma boa chorada de cinco minutos
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